domingo, 14 de abril de 2013

Homenagem a Lygia Fagundes Telles - Dia 01

Hoje inicio 05 dias de homenagem à grande dama das letras, uma das mulheres mais inteligentes do nosso país.

Gostaria de comentar um pouco hoje sobre os livros que infelizmente Lygia não permitiu que sejam mais publicados.


Porão e sobrado é o primeiro livro de contos publicado pela autora, em 1938, com a edição paga por seu pai. Assina apenas como Lygia Fagundes.
No ano seguinte termina o curso fundamental no Instituto de Educação Caetano de Campos, na capital paulista. Ingressa, em 1940, na Escola Superior de Educação Física, naquela cidade. Ao mesmo tempo, freqüenta o curso pré-jurídico, preparatório para a Faculdade de Direito do Largo do São Francisco.
Inicia o curso de Direito em 1941. Nesse ano conclui o curso de Educação Física.
Praia viva, sua segunda coletânea de contos, é editada em 1944 pela Martins, de São Paulo. O ano de 1945 marca o ano de falecimento de seu pai. Atenta aos acontecimentos políticos, Lygia participa, com colegas da Faculdade, de uma passeata contra o Estado Novo.
Terminado o curso de Direito, em 1946, só três anos depois a escritora publica, pela editora Mérito, seu terceiro livro de contos, O cacto vermelho. O volume recebe o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras. (fonte: www.releituras.com.br)

Segundo uma das entrevistas que Lygia já deu, ela diz que nestes livros sua escrita ainda é imatura, e portanto ela não acha relevante que os seus leitores tomem conhecimento destas obras.
Felizmente eu tive a sorte de conseguir um exemplar de Cacto Vermelho. Como toda a obra de Lygia, as desilusões amorosas, o fantástico, o mistério, estão presentes em cada página, levando o leitor a vivenciar cada situação como sua.
Ontem estava relendo este livro, e uma frase me chamou a atenção, porque como sempre, Lygia fala comigo, vivenciando cada momento da minha vida. Sempre foi assim.
Segue um pequeno trecho do conto "Os Mortos":

..."Mas antes quero que alguém ouça: enquanto eu estiver contando, talvez explique a mim mesma uma porção de coisas que ainda não entendo, talvez chegue a conclusões que deem um pouco mais de sossego a meu coração. É que nem sei se sou culpada. Sei que o perdi e me perdi para sempre.(...) "Ergo os olhos e dou com minha figura refletida no espelho do armário; desconheço essa mulher que me olha estupidamente."

Neste dia chuvoso e frio aqui em São Paulo, a leitura dos livros de Lygia ajudam à alma a encontrar calor que o tempo está roubando.

Amanhã falarei sobre como aprendi a gostar de Lygia e porque me identifico tanto com ela.

Seguem as duas únicas imagens que encontrei de Cacto Vermelho e Porão e Sobrado.




Um comentário:

Milene disse...

Fiquei com muita e ler ;)) Boa dica!
Vou procurar e ver se encontro algo por aqui.
Bjs