quinta-feira, 23 de junho de 2011

Quanto vale a vida de um aninal?

Dia destes, um colega de trabalho me disse que sua cachorra estava com um tumor na mama. Eu recomendei que ele procurasse o Hospital Veterinário da USP, porque sei que as condições financeiras dele não permitem custos com veterinários. Ele replicou que acha que o caso é grave, e perguntou se ela teria que ser sacrificada.
Eu expliquei que o sacrifício é a última alternativa...seria melhor ele levar ela logo ao veterinário. Um outro colega em comum escutou a conversa...e depois me chamou pra conversar.
Ele falou que o melhor seria o dono da cachorra matá-la logo, porque câncer não tem cura, e não adianta gastar dinheiro com animal, porque de qualquer forma ela iria morrer.
Não repliquei...resignei em me calar. Estava dirigindo depois de um período cansativo de trabalho...e sabia que não iria adiantar iniciar uma discussão...fiz errado? talvez...mas o motivo desse post é outro:
Fiquei depois refletindo sobre o valor que as pessoas dão aos animais. Pra mim, que acredito alcancei uma evolução um pouco maior que muitas pessoas, graças a minha própria iniciativa, meus animais são membros da minha família.
E se por um parente eu faria tudo, porque não pelos meus animais.
Fica tão mais fácil pra essas pessoas, eliminar o problema. "Mata logo", como se o animal não fosse nada, um mero objeto...ficou velho, a gente compra um novo.
E muitas dessas pessoas, tem crenças religiosas tão firmes...e ainda me criticam porque eu não sei direito o que é mais crer...
E vocês? O que pensam disso?

5 comentários:

Milene disse...

Oi Nice, tem gente que age bem como tu escreveu, parece que o bichinho não tem valor. Qualquer coisa, é só "substituir".
Mina é da minha família. Minha filha quando era pequena, fez na escola um desenho da família e, é claro, lá estava a Mina desenhada também. A professora dela disse que não valia, porque gatos são de estimação e não membros de uma família. Marina, que é da pá virada que nem eu, respondeu pra professora que a Mina era "tão de estimação" que fazia SIM parte da nossa família e ia ficar SIM no desenho dela kkkkkkkk.
Dar carinho, boa alimentação e cuidados de saúde é o mínimo que podemos fazer por quem nos dedica tanto afeto e dedicação.
Bjs e bom fim de semana

Elaine Gaspareto disse...

Eu penso, Nice, que quem se dispõe a matar um animal que vive consigo é capaz de matar uma pessoa nas mesmas condições.
Recentemente perdi minha Gracinha e até hoje estou de luto. Estarei por muito tempo, lutei por ela mas não consegui.
Lamento por essas pessoas que recebem a dádiva de ter um amigo e à primeira dificuldade o matam.
Até sei que em casos graves o sacrifício é inevitável, mas enquanto houver um fio de chance eu lutaria.
Né?
Beijosssss

Art by Lu disse...

O grande problema de nossa sociedade é antropocentrismo: do grego anthropos, "humano"; e , kentron, "centro"; é uma concepção que considera que a humanidade deve permanecer no centro do entendimento dos humanos, isto é, o universo deve ser avaliado de acordo com a sua relação com o Homem. As palavras compostas pelo antropocentrismo são ANTROPO que significa homem e CENTRISMO que significa centro. Isto é, quer dizer que o homem é o centro de todas as coisas do universo.
Infelizmente, se não forem todas, mas as principais religiões judaico-cristãs pregam o antropocentrismo. As correntes mulçumanas também. Que eu saiba, somente algumas poucas correntes hindus é que não tem esse valor antropocêntrico arraigado em seus ensinamentos [continua]

Art by Lu disse...

Então, Nice, como isso está tão arraigado em nossas culturas [em quase todas as culturas], como nos foi ensinado assim,; é muito difícil as pessoas pensarem por si só nesses assuntos, porque quem pensa, quem [finalmente] percebe que o animal não-humano também é um ser vivo, senciente e que sofre/sente tudo o que sentimos, começa a questionar a sociedade, em como nossos costumes estão errados, em como os humanos são verdadeiros carrascos com os animais. E essa "descoberta" pode levar a 2 caminhos: o mais difícil, que é romper com essa corrente de maus-tratos, adotar uma alimentação e modo de vida limpos [sem cadáveres], ou seja, romper com certos "valores" que a sociedade acha "normal e saudável" OU o mais fácil, que é não sair da zona de conforto, "fingir" que não sabe das atrocidades e continuar vivendo "dentro da bolha", no "fantástico mundinho de Bob"....

Aime disse...

OI Nice!!!!!
Adorei seu texto!
E penso sinceramente que as pessoas que dão esse valor tão pequeno aos animais, como se fosse uma comida ruim na geladeira, são pessoas que dão o mesmo valor a tudo o que as rodeia, porque não cabe valorizar a natureza e sua importância e não ligar para os animais. Nosso planeta é um ECOSSISTEMA e como tal dependemos um dos outros para viver! Ou seja elimine as borboletas, mariposas, abelhas e perderá as flores!
Nada é em vão, se eu chegar e falar para essa digna pessoa, sua mãe está velha, com câncer, não é melhor sacrificar? Nao vai ter mais jeito mesmo!
Não existe.
Não é compreensível.
Fica meu lamento por atitudes assim.