terça-feira, 8 de março de 2011

Zoológico e outras coisas

Acabei de ler uma matéria muito boa no site da Anda News escrita pela Marcela Teixeira Godoy, bióloga e professora Universitária, sobre os zoológicos.
Recomendo a leitura imediata...destaco alguns pontos:

“O Zoológico é importante porque nós devemos conhecer as espécies para preservar/respeitar”.
Essa concepção traz embutida a desculpa de que só é possível preservar uma espécie a partir do momento em que a conhecemos. Se a concepção biocêntrica predomina, o simples fato de o animal existir já é um pressuposto que justificaria o respeito por ele. E só. Eu não conheço nenhum africano, por exemplo, mas não preciso fazê-lo para só depois respeitá-lo. Nunca conheci um urso-polar, um tigre de bengala, uma perereca amazônica ou uma orca. Mas o fato de não vê-los ao vivo não me impede de respeitá-los pela sua essência.
- “Mas os animais que nasceram no zoo não sofrem porque não conhecem outra vida”.
Será que o fato de esse animal ter nascido em cativeiro nos dá o direito de usurpar sua liberdade mais uma vez e condená-lo a uma vida miserável, privando-o da sua verdadeira liberdade?
Na esteira dos zoológicos, seguem aquários, serpentários, oceanários, circos, projetos de “preservação” etc. que, pela tradição antropocêntrica, possuem um propósito educativo “inquestionável”. Mas basta um breve passeio, com esse olhar biocêntrico, diferente do que nos foi imposto a acreditar a vida toda, para que o apelo silencioso e profundo de cada animal se faça presente e toque fundo nossa alma toda vez que visitarmos um zoológico ou algo semelhante. Essas mudanças de perspectiva, segundo Arthur Conan Doyle, equivalem a uma conversão religiosa: nada mais será visto da mesma maneira que era antes.
Mesmo com todas essas “justificativas”, que sob minha perspectiva não passam de falácias, ainda acredito que o “simples” fato de um animal ter sua liberdade restringida, impedida, sequestrada para a concepção medieval de satisfazer as curiosidades e prazeres humanos, é a base do meu repúdio a esse tipo de exploração, sem mais considerações.
Caso você queira ler todo a matéria, clique aqui: http://www.anda.jor.br/2011/03/08/passeio-ao-zoologico-sob-outra-etica/
Comentando: Eu já fui várias vezes ao zôo. E não tinha a visão que tenho hoje. Eu já tive passarinho em gaiola, já perdi vários gatinhos porque não castrei eles, já me desfiz de um cachorro porque ele me mordeu quando fui mexer na comida dele...eu não tinha entendimento nenhum, e para meu azar, não tinha o acesso que temos hoje à informação.
Como sempre fui curiosa, fui aprendendo, lendo, investigando...Nunca é tarde pra mudar um conceito. Abra sua mente e tente entender o que se passa à sua volta.
Triste não é mudar de idéia. Triste é não ter idéias pra mudar. (Barão de Itararé)


2 comentários:

Gata Lili disse...

É um assunto que gera muita polêmica essa questão do zoológico. Outro dia eu falei no twitter que é interessante as crianças conhecerem o zoo. Nossa...um bocado de gente veio ser contra. Eu fiquei ohhh

As Aventuras da Gata Sofia disse...

Oi Nice,admiro você por admitir que mudou seus conceitos, na verdade pessoas que sempre estão em busca de conhecimentos, sempre acabam revendo-os.
Na minha infancia também perdi muitos gatinhos pq minha família achava que era sadismo castrá-los.
Sou sua seguidora,adorei seu blog
bjks