Trecho da crônica da jornalista Ruth de Aquino, na revista Época:
"O que a gente teve não perde. As lembranças estão dentro de nossa memória. Quando uma tragédia assim acontece, o que se perde é o prosseguimento, é o futuro. E o futuro é virtual, uma expectativa de algo que damos como certo, mas não é. Não se perde o passado. Isso pode parecer meramente racional - e é, porque a emoção não se traduz. Não se perde alguém que existiu. O que se perde é uma expectativa. Isso não é consolo, mas pode ajudar a retomar a vida. Pensar não no que perdi, mas no que tive o previlégio de viver. O passado precisa ser uma referência para a gente se nutrir. E não para se lamentar. Há várias formas de conviver com a saudade."
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3 comentários:
Nice...eu tenho saudades. Muitas e tb tenho vontade de algo que nunca tive. Vai entender o coração. Um beijo enorme!
o meu amado chico diz que "a saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu".
difícil, né? eu morro de saudade de tanta coisa, de tanta gente...
Um texto duro e racional, porém perfeito. Incrivelmente perfeito. Adorei.
Beijão,
Pá =^.^=
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